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O musical de Roque Santeiro estreia nesse final de semana


Escrita por Dias Gomes, inicialmente como uma peça teatral, Roque Santeiro está de volta em formato musical. Estará em temporada no Teatro FAAP, do dia 27 de janeiro ao dia 3 de fevereiro. Toda a direção musical estará a cargo de ninguém mais, ninguém menos, que Zeca Baleiro. O espetáculo contará com a atuação dos globais Mel Lisboa, Jarbas Homem de Melo, Livia Camargo, entre outros. A direção teatral é da experiente Debora Dubois. O horário das apresentações variam: sexta e sábado às 21 horas; e domingo às 18. O preço dos ingressos varia de 50 a 80 reais.


Sucesso absoluto no final dos anos 80, a novela tinha um enredo inovador e bastante crítico. Contava a história de uma pequena cidade, nos cafundós do Brasil, que dependia do turismo. Pessoas do mundo inteiro viajavam para Asa Branca em busca da cura de um santo falecido, o Roque Santeiro. Para a surpresa de todos, Roque um dia reapareceu e não era santo coisa nenhuma; pelo contrário, era bem humano. Os principais beneficiados pela renda da cidade: Zé das Medalhas, Sinhozinho Malta, Viúva Porcina e o prefeito, entraram em choque com esse reaparecimento, e lógico, começaram a tomar providências. Segundo a diretora do espetáculo musical, Debora Dubois, a peça foi recontextualizada ao momento político que o Brasil vive.


Não foi fácil para a Rede Globo colocar a novela no ar. A primeira tentativa foi no finalzinho da ditadura militar, então a censura não permitiu. Com algumas cenas já gravadas, a trama foi para a gaveta da emissora, que deu continuidade quatro anos mais tarde. Roque Santeiro critica a religião, os tais falsos profetas, a alienação e o quanto o cristianismo anda lado a lado com a manipulação política. Além disso, critica firmemente o coronelismo, tão evidente em nosso país. Sinhozinho Malta, por exemplo, não mede esforços para conseguir o que quer.


Se o espetáculo for igual à novela, será sensacional, pois ela prendeu a atenção de todos do início ao fim e arrancou boas risadas com suas boas atuações, especialmente de Regina Duarte, no papel da viúva Porcina. Relembrando a trama, dá tristeza em ver o quanto as novelas nos dias de hoje perdeu o senso crítico e a qualidade.

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