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Banda Gamp concede entrevista exclusiva ao Bolha Musical

A Gamp é uma banda formada em Minas Gerais, no ano de 2013. O grupo tem um som bastante único, peculiar e criativo, resultado da mistura de diferentes artistas dos mais diversos gêneros, dos clássicos aos mais atuais. Apesar de ser uma banda nova, a Gamp já consegue se fazer uma promessa no cenário contemporâneo do rock nacional.

Em 2014, a Gamp lançou o seu primeiro disco de estúdio, batizado de "Keep Rockin'". O disco saiu pela gravadora Som Livre, e como se não bastasse, ainda conseguiu emplacar duas músicas nas rádios de todo o país. Em 2015, com um cover de "Hoje Eu Quero Sair Só" (Lenine), se puseram também entre as 30 mais tocadas das rádios brasileiras no gênero pop. Em 2016, entraram em estúdio para gravar o EP "Gamp", ao lado do produtor Rick Bonadio (Mamonas Assassinas/ NX Zero/ Ira!/ Supla/ Glória, etc).

Atualmente, a banda é formada por Vinícius Carossi (vocal), Bidu Dequech (guitarra), Matheus Ribeiro (guitarra), Euclydes Bomfim (baixo) e Lucas Bastos (bateria).

Em março de 2017, os integrantes Vinicius Carossi e Matheus Ribeiro concederam uma entrevista para o jornalista Rafael Fioravanti. A entrevista, na íntegra, você pode acompanhar abaixo.


Bolha Musical: A Gamp se formou em Minas Gerais, ano de 2013. Quais as bandas/artistas que mais contribuíram para o som da banda? Matheus: Para esse trabalho ficamos bem focados em Coldplay, Imagine Dragons, Muse. Escutei bastante Nineteen Seventy Five, que lança clipes fantásticos. Vinicius: Acho que vai muito de cada integrante. Eu busquei muito no U2, que eu adoro. Red Hot também. E também temos influências de artistas de nichos diferentes do nosso, como, por exemplo, o Justin Bieber, que ouvimos pra caramba.

Bolha Musical: No começo de 2016, vocês lançaram o EP "Longos Planos"; já no final do mesmo ano, foi lançado o EP "Gamp". Pode-se, então, dizer que há um novo disco a caminho? Matheus: Ainda não pensamos nisso. O foco agora é produzir um show legal, viajar muito e mostrar essas músicas para o maior número de pessoas possível.

Bolha Musical: Vocês disseram em seu Facebook oficial que o EP "Gamp", lançado em 2016, trazia "três faixas inéditas num pop/rock reformulado em relação aos trabalhos anteriores". Que diferença de sonoridade vocês buscaram com o lançamento desse EP em relação a tudo que fora lançado antes na carreira de vocês? Vinicius: Do primeiro disco para este EP tem um processo de amadurecimento muito grande da banda, tanto como músicos quanto do que a gente produz. Eu acho também que a maturidade que fomos tendo proporcionou para nós uma produção próxima daquilo que se tem hoje de moderno e próximo daquilo que a gente quer mostrar como artista, como banda. Matheus: Antigamente a gente buscava influências no rock clássico dos anos 70, muita coisa dos anos 80 também, que foi o que marcou bem o primeiro álbum. Já no EP agora foi algo muito mais ligado às novas tendências. A gente ouviu muito Coldplay, Imagine Dragon, e junto com os produtores, tentamos trazer esse tipo de influência para o nosso som.

Bolha Musical: Como foi trabalhar com os produtores Rick Bonadio e Fernando Prado? Trabalhar com eles ajudou a consolidar bastante ideias em estúdio? Matheus: O contato com o Rick surgiu através do Cris Simões, um produtor de Belo Horizonte que trabalha com Jota Quest, Paula Fernandes, Zeca Baleiro, e outros grandes artistas do mercado nacional. Ele foi o primeiro produtor com quem a gente trabalhou e tem um contato muito bom com o Fernando Prado, um produtor do Midas, que trabalha com o Rick. O Cris já tinha trazido outros artistas pro Midas e achou que nosso trabalho tinha muito a ver com a forma com a qual o Rick e o Fernando trabalham. Vinícius: A experiência de trabalhar no Midas foi um sonho. Todo o processo de gravação no Midas, com o Rick, foi muito surreal pra gente, porque ouvíamos falar muito do Rick e da experiência dele com tantos artistas de sucesso. Na nossa adolescência, era Mamonas Assassinas; depois veio Charlie Brown. A gente é mineiro, ouvia falar do Rick e da Arsenal, e sonhava um dia poder trabalhar com ele. O direcionamento de mercado que o Rick tem é fantástico.

Bolha Musical: O disco de estreia de vocês, "Keep Rocking", lançado em 2014, teve uma repercussão legal e, inclusive, vocês posteriormente conseguiram emplacar dois hits nas rádios do país. Isso deixa a banda com gás para mais trabalho? Matheus: Claro. Tudo é experiência, tudo é válido. Amadurecemos de lá pra cá, mudamos algumas ideias, abrimos os olhos para o mercado e estamos mais preparados agora.

Bolha Musical: Nós estamos em 2017. Temos aí a pirataria em constante ascensão no mercado; temos fãs que gostam de acompanhar seus artistas no Youtube (mas que evitam show por vários motivos); temos a crescente onda de downloads somada a um mercado de rock não tão expansivo. Levando tudo isso em conta, quais as maiores dificuldades de se levar uma banda de rock nos dias de hoje? Matheus: Acho que a maior dificuldade é repensar o mercado com ele curso, acontecendo. Claro que todo mercado enfrenta isso, não só a música. O artista perdeu um dos grandes meios de arrecadação (que era a venda de CD) e acho que estamos descobrindo, aos poucos, outras formas de arrecadar. Os shows continuam sendo uma forma importante. Eu tenho ido a muitos shows e vejo o merchandising ganhando espaço com o desenvolvimento de produtos. Mas acho que ainda falta um outro grande meio de arrecadação. Um grande desafio que o mercado da música tem agora, e está em discussão, é como arrecadar pelo meio digital. Isso tende a evoluir e se reajustar de forma honesta e confortável para ambos. Vinícius: Toda forma de arte que a tecnologia incide diretamente está precisando se reinventar. É preciso construir uma nova forma, porque ao mesmo tempo que isso é um desafio, é também uma abertura para novas possibilidades criativas. Matheus: Precisamos saber o que o mercado tem de bom hoje e saber usar.

Bolha Musical: Como se dá o processo de criação da banda? É individual ou todos participam efetivamente das letras e arranjos? Matheus: Cada projeto exige um comportamento diferente da banda, mas apesar disso, o processo criativo tem sido o mesmo desde o começo da banda. A gente cria de forma muito democrática. Às vezes chegamos com coisas prontas, às vezes criamos na hora. Talvez a maior diferença desse EP foi que a gente tentou criar tudo aqui em São Paulo, baseado em tudo o que a gente conversava com o Rick, com o Cris Simões e com o Fernando Prado. Mas de qualquer forma, todo mundo participou em todos os pontos. Vinícius: Para esse EP, a gente chegou pelo menos com o esqueleto das músicas, e deixamos toda a parte criativa de gravação para pensar e acontecer no estúdio. Isso foi uma experiência sensacional.

Bolha Musical: Na opinião de vocês, o mercado está atualmente mais receptivo às músicas autorais ou cover ainda é o grande forte no mercado? Matheus: Inicialmente, para você se inserir, é bem claro que o cover é mais fácil. Mas o teto dele é muito baixo. Quando você atinge o auge, não tem mais para onde ir. Você vai continuar tocando nos melhores pubs ou bares da cidade, vai começar a ter cachês interessantes, mas pode não evoluir mais. Já o autoral, ao mesmo tempo em que você tem dificuldade para romper a bolha, uma vez que você rompe, já tem um horizonte enorme pela frente. É mais difícil no começo, mas tem uma ideia de futuro melhor. Vinícius: O desafio é não ter um pensamento separatista entre os dois. Acho que o mundo contemporâneo permite que se mescle as duas coisas. Uma característica nossa é sempre tentar fazer versões junto com o nosso trabalho autoral. Tentar pegar uma coisa que seria dada como cover e repaginar com as nossas características, com a nossa pegada. Ao invés de criar muro, a gente quer fazer com que a música autoral e a versão cover dialogue com nosso trabalho em discos, em shows. A ideia é criar pontes e não muros.

Bolha Musical: Toda banda tem um "filho" que é motivo de orgulho e que só vem depois de intenso trabalho. Se vocês tivessem de mostrar uma música de vocês a um público exigente e que nunca os ouviu, qual música seria? Matheus: Até a gravação desse EP, acho que seria a nossa versão da música “Hoje Eu Quero Sair Só" do Lenine. Mas agora, com esse novo trabalho, eu acho que “Previsão do Tempo” traduz bem o que é esse novo Gamp, o que é essa nova fase.

Bolha Musical: Para finalizar, quais os planos futuros do Gamp? Matheus: Bom, já gravamos um clipe muito bacana que está em nossa página do Youtube. Esse é um dos nossos principais canais para atingir todo o Brasil. Além disso, estamos investindo em rádios de todo o Brasil, estamos fazendo um trabalho grande em redes sociais para justamente “sair de casa”, como se diz, e, principalmente planejando um novo show para viajar o máximo possível.

"Banda Gamp concede entrevista exclusiva ao Bolha Musical" por Rafael Fioravanti | Bolha Musical

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