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Gods & Punks, banda carioca de stoner rock, concede entrevista ao Bolha Musical

A Gods & Punks é uma banda de stoner rock formada em 2013, no Rio de Janeiro. Influenciados por Black Sabbath, Rush, Led Zeppelin e Queens of the Stone Age, o quinteto composto por Alexandre Canhetti (vocais), Pedro Canhetti (guitarra solo), Rafael "Psy" Daltro (guitarra base), Danilo Oliveira (baixo) e Arthur Rodrigues (bateria) segue fazendo um som diferenciado, com muita classe e estilo.


Em 2016, a banda lançou o EP "The Sounds of the Earth", e agora para o segundo semestre de 2017, eles se preparam para lançar o "Into the Dunes of Doom", seu primeiro álbum de estúdio.


No sábado (22), o jornalista musical Rafael Fioravanti conversou com o vocalista Alexandre Canhetti por telefone e assim eles puderam conversar um pouco sobre a banda e sobre o novo material prestes a ser lançado. A entrevista na íntegra você já pode conferir abaixo.

Bolha Musical: Bom, a minha primeira pergunta é como a banda se formou? Como se deu o início? Alexandre Canhetti: Eu e meu irmão queríamos montar uma banda já fazia um tempo, mas a gente ficava postergando, postergando até que a gente falou com o Psy (que hoje é o nosso guitarrista base, mas que na época tinha entrado na banda como baterista). Aí a gente reuniu a galera toda -- tínhamos mais dois moleques que não estão mais na banda -- e a gente ficou um tempo compondo. A gente na época já tinha até lançado um EP e esse EP veio muito cedo, veio com apenas quatro meses de grupo. E com o tempo passando, a gente acabou trocando membros e passamos um tempo correndo atrás de prejuízos mesmo, porque cada vez que trocava um ou outro integrante, caíamos de novo naquela coisa de ter que ensinar as músicas. Então a banda ficou num lance sem produtividade durante um tempo. Aí chegamos ao ponto de que conseguimos finalmente reunir uma formação estável, com o Guto na bateria e o Danilo no baixo, e a gente começou a compôr de novo as músicas que dariam origem ao EP "The Sounds of Earth". Mas nesse meio tempo, o Guto saiu e entrou o Arthur no lugar dele. Nessa, a gente finalizou o EP e o lançou.


Bolha Musical: Certo, e qual a proposta da banda atualmente? Alexandre: Eu e meu irmão temos um estilo inspirado em Back Sabbath e Rush. Quando nós formamos a banda, queríamos tocar algo nesse estilo, entendeu? Mas com a galera que está na banda agora (o Arthur é muito black metal e o Danilo já tem um lado mais progressivo), a gente resolveu mesclar tudo isso daí e fazer um stoner bem progressivo (um progressivo sem se tornar progressivo demais, mas também sem se limitar ao básico).


Bolha Musical: Eu vi que as principais influências da banda são Black Sabbath, Rush, Led Zeppelin, enfim, artistas desse nível... mas focando agora na cena atual, quais grupos ou quais músicos tem servido de inspiração para o Gods & Punks compôr? Alexandre: Cara, atualmente eu estou adorando o Cadáver, eu acho o som deles fantástico. O Uncle Acid eu acho que é uma das melhores bandas de hoje em dia. Pô, a galera gosta muito também de Queens of the Stone Age... ah, é basicamente isso, a gente ouve de tudo. Então quando o cara fala que ninguém faz música boa hoje em dia, eu fico puto, entendeu? Faz sim, é você que não sabe!


Bolha Musical: Ah, com certeza! Aí nós temos que recorrer ao underground, né? Alexandre: É, é...


Bolha Musical: Para você, como é ser uma banda independente hoje aqui no Brasil? Alexandre: Cara, é uma coisa que dá mais trabalho do que as pessoas imaginam, porque requer muito tempo, requer muito foco e é bem difícil ter que administrar a questão de que tem cinco pessoas na banda e você tem que fazer alguma coisa que os outros também queiram, uma coisa os outros também estejam dispostos e disponíveis. Tem que ser flexível e saber muito trabalhar com pessoas.


Bolha Musical: E o processo de composição da banda costuma ser como? É uma coisa mais individual ou a banda compõe junta mesmo? Alexandre: No álbum que a gente está compondo agora [o "Into the Dunes of Doom"], o Pedro vai lá, cria os riffs e mostra para mim. Ele vive me mandando riffs o tempo todo pelo WhatsApp. Aí se eu achar que aquele material é maneiro e que é uma coisa que dá para trabalhar, eu tento fazer um verso ou elaborar alguma coisa mais para poder mostrar para a banda. Tento mostrar alguma coisa com a ideia já mais amadurecida (ou pelo menos o esqueleto do negócio, com uma introdução e verso). Eu mostro para eles e eles elaboram o resto. Eu e o Pedro fazemos o arroz e feijão, e os moleques vão lá e fazem todo o resto.


Bolha Musical: A banda agora está trabalhando em seu primeiro full lenght, o "Into the Dunes of Doom". Quais serão as principais diferenças dele para o EP "The Sounds of Earth" lançado anteriormente? Alexandre: No "The Sounds of Earth", a gente foca numa temática mais espacial e ele também é menos progressivo que esse material que estamos gravando agora. Nesse novo material, além das temáticas serem mais complicadas e progressivas mesmo, a gente pegou até escalas egípcias para que consigamos atingir uma temática meio desértica. E todas as músicas, sem exceção, contribuem para uma ideia maior, não tem nada à toa ali no meio.


Bolha Musical: O "Into the Dunes of Doom" será lançado quando? Já tem uma data certa? Alexandre: A gente quer lançar no segundo semestre. Não tem uma data específica ainda, mas a gente acha que vai ser lá por setembro, mais ou menos. Tudo depende das coisas que nós estamos vendo ainda. A gente não está com muita pressa, vamos fazer todas as coisas direitinho. E a gente grava tudo de uma só vez, a gente não faz aquele processo de gravação demorado... a gente vai pro estúdio, a banda grava tudo junto e só eu gravo o vocal separado. E é isso.

Bolha Musical: Ah, então o instrumental é gravado todo overall, não sabia disso! Alexandre: Sim, a gente grava todo mundo junto. É ao vivo mesmo. Eu gravo uma "voz rascunho" apenas para guiá-los, não é a voz definitiva. Mas depois que todo o instrumental já está gravado, eu vou para o estúdio no dia seguinte e gravo o vocal. São dois dias de gravação mesmo.

Bolha Musical: Ah, é uma proposta interessante. É mais cru. Alexandre: Sim, o som ao vivo soa bem mais dinâmico.


Bolha Musical: E quais serão os próximos shows da banda? Alexandre: A gente tem um show agora no dia 30 de julho, com o McGee & the Lost Hope (neste show, terá também o Mild Vampire) aqui no Rio de Janeiro, lá no centro. E a gente agora não está marcando muito show justamente para focar mais no final da composição do álbum, mas vale dizer que a gente está querendo participar também de alguns festivais. Então até o lançamento, a gente está querendo fazer coisas esporádicas; e depois do lançamento a gente já pretende fazer uma turnê.


Bolha Musical: E para finalizar, qual a sua mensagem final? Alexandre: Bom, ouça o nosso álbum e tente ouvi-lo do começo ao fim. A minha ideia é, nesses 40 minutos que você o estará ouvindo, fazer alguma coisa que traga uma viagem para a sua cabeça. A experiência de pular as faixas não será tão boa quanto você pegar, dar "play" e esperar acabar. É isso!

"Gods & Punks, banda carioca de stoner rock, concede entrevista ao Bolha Musical" por Rafael Fioravanti | Bolha Musical

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