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Review: Iah - Iah (2017)

Nota: ★★★☆☆


O trio argentino Iah, formado em Córdoba (a segunda cidade mais povoada do país), apareceu este ano com o seu primeiro disco de estúdio. Eu assumo que peguei o CD ansioso para ouvir, e, assim que apertei o "play", minha ansiedade foi se esvaindo por completo; não em tons de decepção, mas em tons de curiosidade saciada. Foi mais aquela coisa de: "Ah, então o som deles é assim!? Hmmm, legal."

Ainda galgando espaço na cena independente argentina, o disco "Iah", homônimo, foi liberado ao público no dia 20 de janeiro. A gravação se deu no 440 Estudio, na própria cidade de Córdoba – ao vivo, se eu não estiver enganado – e com seis faixas até então inéditas.

A abertura do disco se dá com "Cabalgan Los Cielos", faixa de sete minutos que alterna o tempo todo entre o rock progressivo e o rock espacial. É de maneira suave e excessivamente harmoniosa que o trio argentino apresenta ao público suas canções longas e bem trabalhadas, mas que não raramente deixam de descambar para o improviso... e é por isso que eu acho que o material pode ter sido gravado "ao vivo em estúdio", e não em pistas separadas (overdub).

O disco tem pouco mais de meia hora de duração, 39 minutos para ser mais exato, e são poucos os momentos em que o instrumental de fato torna-se mais agressivo. A "pacata agressividade" do grupo, por sinal, é mais sentida na segunda faixa do disco, "Ouroboros", onde arranjos mais distorcidos vêm acompanhados de ritmos mais acelerados.

"Stolas", a terceira faixa, com seus nove minutos de duração, começa de maneira bluesística para, em seguida, descambar para um stoner rock repleto de influências setentistas. É uma faixa gostosa de ser ouvida? Sim, com certeza! São nove minutos que, aliás, passa confortavelmente rápido... porém, quando tratamos de essência, aí já caímos naquele velho papo de "o som é legal, mas não traz nada de novo". Trata-se unicamente de uma faixa de nove minutos de duração. Okay.

A quarta e quinta faixa do disco, "Eclipsum" e "La Piedra Que Sujeta El Sol", seguem as mesmas fórmulas das músicas anteriores. Som agradável, mas nada de novo. Por fim, "Nuboj" encerra o disco com oito minutos mágicos, com sons que se perdem entre dedilhados à la manière de Vai – e isso não é uma comparação –, ecos, baixo sincopado e distorções com mais peso se comparado às faixas anteriores. A melhor faixa do disco, talvez.

Iah é composto por Mauricio Condon (guitarra), Juan Lucco (baixo) e José Landín (bateria).

Se rock instrumental é o gênero que mais agrada-lhe, então te recomendo esse disco; caso contrário, ouça unicamente para ampliar o seu leque em termos de rock instrumental latino.

O álbum para comprar eu sinceramente não sei onde você acha, mas o streaming já pode ser conferido abaixo pelo Youtube.

"Review: Iah - Iah (2017)" por Rafael Fioravanti | Bolha Musical

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